sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

RALLY DOS SERTÕES 2014

A última semana de agosto foi de muita adrenalina off road. A 22ª edição do Rally do Sertões reuniu 126 equipes e 198 competidores divididos nas categorias, motos, quads, utvs, carros e caminhões, sendo que as categorias motos e quads foram válidas pelo Mundial de Rally Cross Country da Federação Internacional de Motociclismo. Os melhores pilotos do Brasil e de mais 9 países se lançaram na aventura que começou em Giânia largando do autódromo Ayrton Sennae e seguiu rumo à Belo Horizonte em Minas Gerais, na Praça Geralda Damata Pimentel, em frente à Lagoa da Pampulha.  A disputa começou sábado dia 23 de agosto, com o prólogo que definiu a larga da primeira das sete etapas que somaram2.600 km sendo 1572 km de especiais, são quase 3000 km a menos de especiais que na edição de 2013.
Passando por paisagens incríveis e superando a aridez do clima do Sertão a prova é de força e muita coragem seja qual for o veículo utilizado. Além dos pilotos a equipe de apoio é vital, precisa estar atenta o tempo todo. No percurso, mata-burros, trilhas estreitas, penhascos e muito calor. Antes de vir para uma prova deste nível, é preciso preparo técnico e físico .
Entre Goiânia e Belo Horizonte, o Sertões vai passar por mais cinco cidades. Três foram sede do rali pela primeira vez: a goiana Catalão e as mineiras Paracatu e São Francisco. Completam o percurso, Caldas Novas (GO) e Diamantina (MG), que já receberam o Sertões em outras edições.
 
Com as especiais mais curtas, o ritmo foi muito mais intenso.É preciso equilíbrio para se manter dentro da média e concentrado na navegação, principalmente quando a navegação passa por grandes áreas descampadas, é preciso manter o olhar atento à planilha.
 
Entre Caldas Novas e Catalão, já em Goiás, houve mudança na quilometragem do trecho de especial, que ficou com apenas 78 km dos 202,23 km previsdtos. 
 
A competição nas categorias moto é incrível, com pilotos de alto nível técnico disputando não só a vitória no Rally dos Sertões, mas também a pontuação pelo Mundial de Rally Cross Country. Com 19 anos de Rally dos Sertões, Jean Azevedo foi o brasileiro melhor colocado, com o tempo de 1h36min47s na última etapa o paulista ficou com o 3º lugar geral. O português Paulo Gonçalves venceu a etapa final e ficou com o vice-campeonato, o espanhol Marc Coma Líder do Mundial de Rally Cross Country da FIM, já vinha de um duelo com o português e venceu com 3 min e 23 seg de vantagem.
 
Nos quadriciclos, o paulista Robert Nahas faturou seu segundo título seguido, em sua 11ª participação no Sertões. O piloto também foi campeão em 2005 e 2008.  No geral, Nahas fechou as sete etapas em 20h38min09s, 22min54s à frente de Sonik. Gabriel Varela ficou em terceiro.  Sonik, que já venceu o Sertões em 2010 e está liderando o Mundial de Rally Cross Country da FIM, foi o melhor em três especiais deste ano. Dos 17 quadriciclos, que iniciaram o rali, nove "sobreviveram" a chegada em Belo Horizonte. 
 
 
No Rally nem sempre quem chega primeiro ganha de fato, foi o que aconteceu na categoria  UTV, veículo que tem a essência de um quadriciclo porém maiores e com opção de dois tripulantes, O resultado dos UTV foi surpreendente já que a dupla André Sawaya/Eduardo Costa  liderava até o penúltimo dia de disputas, com mais de 30 minutos de vantagem, quando problemas técnicos atrapalharam e eles não completaram. O título foi para uma dupla que não ganhou nenhuma etapa, mas soube manter a regularidade: Vinícius Mota / Rafael Shimuk (Taguatur Racing). Eles terminaram em quinto no último dia e foram campões com o tempo de 22h27min12s, mais de 22 minutos de vantagem para os vice-campeões Henrique Gutierrez e Weidner Moreira (Polaris). A dupla Elson Cascão/Claudia Grandi ficou em terceiro no geral. Vinte e um UTVs largaram em Goiânia e apenas 17 largaram na 7ª etapa rumo à Belo Horizonte.
 
Com o total de 336,96 km, a sétima etapa entre as cidades mineiras de Diamantina e Belo Horizonte, no sábado, teve uma final de arrepiar na disputa entre os carros. Um acidente com o piloto José Sawaya, da categoria pro Brasil ,na metade da especial paralizou a prova , que foi reduzida de 125,88 km para 74 km,e mudou toda a história da disputa , o título geral dos carros ficou com Guilherme Spinelli e Youssef Haddad . Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin , que venceram no dia e chegaram a comemorar a conquista do título, foram os vice-campeões, a apenas 1min54s dos vencedores. A dupla Cristian Baumgart e Beco Andreotti terminou o rali em terceiro lugar no geral.
 
Dos 45 carros que partiram em Goiânia, 38 seguiram na última especial. Além da T1 FIA, Protótipos T1 e Pró Brasil, também foram disputadas as categorias Super Production, Production T2 e Production T2/TR4.
 
Para os caminhões, leves ou pesados, entrar na disputa de uma prova como esta não é fácil, as máquinas sofrem, quebram muito. Quatro caminhões entraram na disputa e dos três caminhões que se mantiveram na disputa até a sexta etapa nenhum concluiu no sábado, 7ª e última etapa, depois que o trio Guido Salvini/Flavio Bisi/Fernando Chwaigert desistiram de enfrentar a especial da última etapa, as outras equipes optaram por fazer o mesmo e não correr o risco de quebrar na especial e não conseguir completar, assim os três trios assumiram o acréscimo de 3 minutos e 20 segundos somados ao tempo total.A vitória ficou com Edu Piano/Solon Mendes/Antonio Carlos de Sales, com o tempo total de 17h53min10s, Edu agora soma 7 vitórias no Sertões. O trio Felicio Bragante/Ricardo Costa/Paco Corder terminou em segundo no geral e Guido Salvini/Flavio Bisi/Fernando Chwaigert em terceiro. 
 

Depois de sete dias emocionantes, passando por belas regiões e cruzando os estados de Goiás e Minas Gerais, numa disputa com mais de 2,6 mil km, a 22ª edição do Rally dos Sertões chegou ao seu final e deixou a expectativa de que em 2015 as disputas entre estes feras da velocidade off road serão ainda mais emocionantes .

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