Os corredores de rua da cidade ganharam mais uma prova importante, a 1ª Meia Maratona de Curitiba que acontece em julho. Para estimular os atletas o SPORTTIME publica a reportagem de Sérgio Brandão sobre a Maratona, um desafio pessoal. Esta é para encorajar os praticantes de corrida.
Olhando assim, de longe, não é possível perceber as muitas histórias que envolvem uma maratona. A rotina da cobertura do jornalismo esportivo nos acostumou a cobrar as informações triviais como vencedores, recordes , primeiro lugar nas categorias masculino e feminino. E por isso acaba passando despercebido outras histórias também muito ricas. Histórias de dedicação, sofrimento, abdicação de uma vida social, tempo para treinamento, recorde pessoal... por aí vai... São os amadores que nesta prova contam quase duas mil histórias muito parecidas.
Na décima quarta Maratona de Curitiba, tentamos buscar um pouco de algumas destas histórias. Mostrar o que a gente raramente vê numa prova tão difícil como esta.Numa moto eu e o nosso cinegrafista percorremos os 42 kms da Maratona atrás do desempenho dos mais de 2 mil atletas amadores inscritos na competição.
Com largada às 7 da manhã em ponto, mal sabiam alguns estreantes que a gritaria gasta na largada seria uma energia necessária mais adiante.
Na largada a prova é igual para todos. Vale a festa, vale a confraternização.
Depois de meses de treino, aqui começa a concentração para cumprir o ritmo proposto para concluir a prova no tempo pretendido.
A enorme tripa, formada pelo atletas, vai deixando um rastro, uma marca que acontece apenas uma vez por ano em Curitiba. Cada um no seu ritmo, vai ganhando confiança no apoio que vem da torcida, muitas vezes da própria família ou amigo do atleta...
Assim como na Praça do Japão, um dos principais pontos turísticos da prova. Aqui a colônia Japonesa confraterniza e também participa da festa que aqui já completa pouco mais de 10 kms de prova. A maratona de Curitiba só está começando.
Mais adiante, outro ponto tradicional da competição está na fonte da Mário Tourinho. Além da tradicional bandinha, muita torcida formada quase toda por familiares dos atletas.
Quando a prova começa a ganhar os bairros da Água Verde, Portão e Pinheirinho, ela começa a cobrar o treinamento de quem não cumpriu a planilha de treino direitinho. Muitos começam a diminuir o ritmo para garantir a conclusão da prova.
As conhecidas e famosas subidas da Maratona de Curitiba, voltam a preocupar, mesmo com a tentativa da organização de eliminar algumas subidas...
Próximo do Km 28, a Maratona começa a dizer porque é uma das provas mais temidas entre os corredores de rua. No final da Marechal Floriano, mesmo treinado, algumas surpresas acabam com as chances de muitos atletas de concluir a prova no tempo previsto. Mas o bicho pega mesmo a partir do km 30...São os últimos 6 kms que parecem uma eternidade. A cabeça manda mas o corpo não obedece. Em alguns casos, as dores impedem até a caminhada. A alimentação e a água também começam a serem rejeitados pelo o estômago, e a partir daqui é apenas o que o Maratonista costuma chamar de raça que o leva a chegada.
Disciplina, concentração e principalmente obediência ao o que organismo pode dar, é o dialogo que se estabelece entre o atleta e seu corpo. Quando chegam a um acordo, a prova está garantida mesmo fora do tempo proposto antes da largada.
Assim chegam os emocionados Maratonistas. Emoção é pouco pra definir este misto de dor com a sensação de missão cumprida. Mesmo assim, sempre vale à pena.
Nenhum comentário :
Postar um comentário